O cinema muitas vezes se revela um espaço para a expressão de ideias e pensamentos que abarcam diversas esferas da vida humana. Em 1996, o filme Crash, dirigido por David Cronenberg, chocou o mundo do cinema com seu olhar ousado sobre a sexualidade e a tecnologia. O trailer já prenunciava essa intensidade narrativa e visual.

Com o ator James Spader no papel principal, o trailer de Crash demonstra como o personagem principal busca um envolvimento amoroso que não se enquadra nas normas convencionais de relacionamento. Ao se envolver com uma mulher que apresenta fascínio por acidentes de carro, sua vida nunca mais será a mesma.

As imagens evidenciam as partes dos corpos envolvidas no acidente, mostrando a fixação fetichista em detalhes sensoriais encontrados em situações de risco. O prazer e a dor se confundem, chegando a uma fronteira indefinida onde não se sabe o que é real ou imaginário.

O trailer aponta também para a questão da tecnologia e sua presença cada vez maior em nossas vidas. Crash utiliza todo o simbolismo dos carros e sua indústria como metáforas do que a tecnologia pode fazer com as relações humanas. O filme busca, assim, construir um novo discurso que questiona os valores e conceitos aceitos como naturais no âmbito da sexualidade e da tecnologia.

Com a ousadia característica de Cronenberg, Crash não teve uma recepção unânime. Muitos críticos se dividiram quanto à qualidade da obra, e houve até quem acreditasse que o filme era uma apologia à falta de controle e à dor. Porém, o trailer demonstra que há muito mais em jogo. O que o diretor tenta comunicar é a possibilidade de subvertermos aquilo que se convencionou ser a norma, explorando outras possibilidades que desafiem os padrões e, então, libertadoramente, permitam a expressão de nossas verdades mais inusitadas e até escondidas.

Em resumo, o trailer de Crash de 1996, dirigido por David Cronenberg, é um convite para um novo olhar sobre as relações humanas, a sexualidade e a tecnologia. Através de uma estética fetichista e fragmentada, o filme nos leva a questionar se as convenções sociais são realmente tão importantes quanto imaginávamos. Não há um julgamento moral, mas uma abertura para o inesperado, para o que não cabe no quadro da normalidade. Assistir o trailer é possivelmente uma das mais intensas experiências em cinema que alguém poderia ter.